Bobice Diária: Causos - Pedro II (parte 3)

sábado, 16 de julho de 2011

Causos - Pedro II (parte 3)

Parte 1 - A merda no meio da estrada: http://bobicediaria.blogspot.com/2011/06/causos-pedro-ii-parte-1.html
Parte 2 - Tudo errado mais uma vez: http://bobicediaria.blogspot.com/2011/07/causos-pedro-ii-parte-2.html

Como já dito no 2º post, o carro teve que ficar nos arredores da praça e nós tivemos que voltar pra casa à pé, novamente. No sábado pela manhã, após polêmicas envolvendo gases acidentalmente liberados durante a noite por algumas pessoas, fomos logo tratando de ir até o carro e tentar ajeitar a bateria, porque aquela situação já estava passando dos limites.

Ao chegarmos onde o carango estava, pegamos a bateria e já estávamos indo com a maior cara de desânimo para a oficina que estava relativamente distante dali. Mas ao dobrarmos a esquina, quase choramos, foi um dos únicos momentos de sorte da viagem: havia uma oficina ali, pertinho, e era até bem mais ajeitada que a primeira. Deixamos a bateria lá carregando e fomos pro centro de Pedro II, encontrar umas amigas do Márcio, Rúbia e Andressa (@pretinha_a).

Como o café foi meio fraco, fomos novamente escapar na padaria, e as meninas foram com a gente, a Rúbia sempre reclamando do calor, da distância, de tudo, e o Gustavo escutando tudo pacientemente, ou não rs. E fomos com as meninas pegar a bateria, mas quando a colocamos no carro de novo, nada dele pegar. E eu já havia prometido que só voltaria pra casa se fosse naquela peste. Deixamos então o carro na oficina, pro cara ajeitar logo tudo de vez e fazer o que tivesse que ser feito. Daí fomos com o pneu furado para uma outra oficina para remendá-lo.

No caminho, revezamento pra levar o borrachudo, e as meninas ainda com a gente, quase não aguentando mais o calor. Mas o furo no pneu era bem grande, e foi preciso comprar uma câmara (cama, ok). Mais dinheiro gasto, menos investimento sobrando para a cachaça. Todos chora. E nesta andança toda ainda sobrava tempo para trocas de gentilezas entre o Márcio e a Rúbia, a Rúbia e o Gustavo, o Márcio e a Andressa, e por aí vai. Clima agradável.

Voltamos com o pneu remendado para o carro, e nesta hora as meninas nos abandonaram. Eu já estava só pensando no almoço, que eu vi sendo feito de manhã, era feijoada. E nós lá, na oficina, enfiando peido em cordão. Mas precisávamos de dinheiro, e fomos à luta: o Márcio conseguiu 90 reais com o frentista de um posto, naquele lance de tirar do débito automático e dar um pouco pro posto e tal, e o Gustavo ligou pro pai dele. Fomos até o Banco do Brasil de Pedro II.

Aí começa a parte mais decadente da história: estávamos nós sujos de tanto mexermos com pneus e peças de carro, com fome, com sede, e andando como mulambos em Pedro II. Deviam ser umas 12 horas, o carro só estaria pronto às 16, e ficamos lá na porta do banco esperando o dinheiro do Gustavo chegar.

Como o dinheiro ainda demoraria um pouco, ficamos rodando um pouco e paramos num bar, porque ninguém é de ferro, e ainda comemos umas bombas por lá. Entre uma golada e outra, ríamos quase desesperadamente da nossa própria desgraça. Detalhe que andávamos pelas ruas com um pacote de CREAM CRACKER E UMA MANGUEIRA, o cosplay de mendigo estava perfeito.

Ficamos nessa decadência até a hora de irmos novamente para a oficina, e, ao chegarmos lá, ainda pudemos ver o mecânico saindo no carro pra testar, e ele ainda demorou um pouco mais que o necessário, já estávamos meio putos, e o Márcio reclamando pro vento. Mas o bom é que o carro estava andando, e poderíamos enfim ir com ele pra casa, do jeito que prometi. Pegamos o carro e fomos pra casa.

Algum leitor deste texto deve estar se perguntando o porquê de o Ed nunca ir com a gente nestas pendengas do carro, explico: é que sempre que o chamávamos, ele fazia uma cara mais ou menos assim:

Ou seja, o desgramado não ia.

Quando chegamos na casa, ficamos sentados no terraço jogando conversa fora, e, se não me engano, bebendo o resto de uma vódega. Só aí lembramos do litro de mangueira que nos acompanhou no trajeto da decadência (e que constribuiu para a sua caracterização), e nos veio o estalo: esquecemos o maldito na calçada da oficina. Momento de tristeza.

Mas, como eu disse, tinha pouca vódega, e logo saímos para comprar mais coisas, e no caminho conhecer algum ponto turístico da cidade, já que o carro não deixou que fizéssemos isso na sexta. O resto do pessoal da casa, tirando o Joseph e o Mário, já havia saído para o Morro do Gritador e Cachoeira do Salto Liso.

Saímos eu, Márcio, Gustavo e Joseph, mas não pudemos visitar nenhum ponto turístico, porque já estava anoitecendo, então voltamos pra casa com as bebidas. Na hora de ir para a praça, fomos no carro, que desta vez não poderia falhar! Ficamos lá bebendo ypioca e vendo os shows. Já no show da Vanessa da Matta, começou uma chuva fininha, que na hora do Validuaté se transformou num toró.

Saímos correndo de lá rumo ao nosso querido bar que havia servido de muro das lamentações horas atrás, o Joseph não saiu correndo por motivos óbvios, e ficou lá sofrendo com as muletas até chegar ao bar. E ficamos lá bebendo cerveja esperando a chuva enfraquecer, mas foi em vão. Como a chuva não parava, o jeito foi o Márcio ir pegar o carro e passar em frente ao bar para nos pegar.

E fomos todos ensopados dentro do carro, e bêbados. No caminho ainda encontramos a perdida @cami_rabelo, toda ensopada também, indo à pé pra casa, e demos carona a ela e a uma amiga dela. Ao chegarmos em casa, rolaram os tradicionais miojões da madrugada, e eu fui dormir logo depois.

No domingo pela manhã, já acordamos arrumando as coisas, eu ainda insistia numa possível ida à cachoeira ou ao morro, mas ninguém se empolgou. Resultado: quase não conhecemos Pedro II, mas ficamos mais familiarizados com as partes internas de um carro. Foi o que eu resumi num tweet: Fomos para Pedro II consertar o carro e voltamos.

Mas a viagem foi legal, mesmo com todas as desgraças que aconteceram. Vale lembrar que, na nossa viagem de volta, ainda tivemos que empurrar o carro mais um bocadinho, depois de paramos pra beber água num posto em Altos.

Chegamos em Teresina mortos, e nos despedimos uns dos outros com palavras gentis: "Vai te fuder, doido! Não quero te ver mais tão cedo!"

2 comentários:

  1. rpz,eu fui 2 vezes atraz de vcs pra ajudar na jornada la do conserto do carro,ñ achei então fui com o povo pra cachoeira e pro morro do gritador! =) sou bunito? rsrsrs

    ResponderExcluir
  2. chefe! comentei num post seu, que diz respeito as suas sensações dentro de um ônibus lotado. fico devendo um comentário mais atento a este post.

    abs.

    ResponderExcluir