Pois é... eu e mais alguns amigos de colégio tínhamos este projeto, que nem lembro bem quando começou, foi por volta de 2006, mas lembro exatamente como começou: um amigo meu, o Márcio, chegou em minha casa numa manhã de sábado, junto com o @lautenay, e me disse que tinha um projeto, e para que eu não sorrisse da cara dele: uma banda...
O engraçado é que eu fui o último a tomar conhecimento, não sei por quê. Mas enfim, o recado estava dado, o convite estava feito, aceitei. Daí você pensa que no outro dia já marcamos um ensaio e tal e coisa, não é? Mas quem disse que nós tínhamos instrumentos? É isso, não tínhamos nem mesmo instrumentos...
O primeiro passo foi definir quem tocaria o quê: eu preferi a guitarra, o Márcio, os vocais, o Lautenay, a bateria, e o Jackston, o outro integrante, o baixo. Também escolhemos um nome, depois de algumas sugestões, ficou "Rock Sem Títulos". Ficamos assim, virtualmente uma banda, mas praticamente, apenas 4 caras sem porra nenhuma.
O Márcio tinha afinidade com as letras, começou a escrever por influência de um amigo nosso, o Hélio, que é poeta, e eu também comecei a me arriscar nos versos por influência dos dois , apesar de já ter escrito um ou dois poemas antes desse projeto de banda. As letras do começo, obviamente, eram muito toscas, tipo, MUITO, mas com o tempo as coisas melhoraram, digo, as letras, porque instrumentos ainda não tínhamos.
Passamos um longo tempo apenas discutindo o projeto, fazendo letras, jogando videogame, mas nada realmente prático, até que em 2008 eu e o Jackston entramos no curso de violão da Central de Artesanato, junto com a entrada no curso, comprei meu primeiro violão, preto, barato, e de qualidade duvidosa, mas servia pra começar.
As primeiras músicas que aprendi a tocar foram "Asa Branca" e "O Cravo Brigou com a Rosa", mas eu explico: é que no começo eu só sabia tocar músicas nota por nota, ou seja, seguindo partitura, e não por cifras, e as partituras já estavam na apostila. Mas confesso que era meio embaraçoso tocar "O Cravo Brigou com a Rosa"...
Depois de alguns meses, eu já tocava razoavelmente mal, já dava pra sair alguns rocks e algumas músicas das quais eu gostava, infelizmente não pude tocar a música que prometi ser a primeira que eu tocaria: Electrical Storm, do U2, ela tinha pestanas e era difícil de ser tocada por um iniciante. Para quem não sabe, pestana é um tipo de acorde onde a pessoa tem de colocar todo o dedo indicador numa casa do violão, e é muito complicado para quem está começando.
Enfim, a banda seguia, agora com 3 instrumentos, pois o Márcio também havia comprado um violão, e estava indo tudo razoavelmente mal, até que eu viajei pro Maranhão pra passar as férias e deixei meu violão aqui. E num belo dia acordei com a notícia de que ladrões haviam invadido minha casa, levaram dvd, um secador de cabelos, meu violão e, bizonhamente, o controle da tv, SEM A TV!
Fiquei triste pelo roubo, mas enfim, o violão não era tão bom, foi um pouco daquela sensação que as pessoas com celular paia tem ao serem roubadas: "Ah, mas era ruim mesmo essa porra!". Mas eu queria de recordação, afinal era o primeiro, o que ensinou e tal. Porém, foi roubado, águas passadas...
O bom é que minhas duas avós disseram que me dariam um novo, e que quando eu chegasse em Teresina, eu poderia escolher. Cheguei aqui e comprei um novo, que tenho até hoje e está neste momento jogado em cima da cama, sujo, mas é bonito e tem qualidade rsrs.
O ano já era 2008, a Rock Sem Tìtulos continuava existindo, mesmo sem nunca ter ensaiado de fato, mas depois de um tempo, se desmembrou. O Lautenay, que nunca esteve realmente comprometido com o projeto, saiu primeiro, depois o Jackston, este merece até uma explicação especial:
Quando o conhecemos, na 8ª série, ele era um maldito cachaceiro, que vivia bebendo em casa junto com os primos, e depois de um tempo, ainda antes de sair da banda, ele voltou para a antiga religião dele, era evangélico, não bebeu mais, e saiu da banda. Rock é do demônio, mano.
Dois saíram, dois entraram: Agostinho e Hélio. O Hélio, já mencionado neste texto, tinha um violão e sabia tocar bem mais que nós, e o Agostinho disse que aprenderia, já que o irmão dele, Gustavo, tinha uma guitarra e sabia tocar.
Com esta nova formação, até que a banda parecia que iria engrenar, se não me engano, o Márcio e o Hélio até conseguiram musicar uma letra, e ensaiamos muito, tipo, duas vezes... Mas a coisa sempre foi descompromissada, e confesso que tenho minha parcela de culpa nisso, o mais empolgado sempre foi mesmo o Márcio.
No fim de 2008, alguns passaram no vestibular, eu também, e fiquei uns longos 8 meses só coçando o saco, aliás, minto, de dezembro até março fiquei no Maranhão passando as férias de novo, mas depois que voltei a Teresina, passei o resto do tempo trabalhando com meu pai até agosto, quando o curso começou.
Neste tempo, a banda se desfez, sem nunca ter se apresentado nem ter feito um ensaio de verdade, ficaram apenas as histórias dos encontros, as letras, os intrumentos, as festas, as discussões... Enfim, foi legal participar, apesar de, musicalmente, a banda não ter sido produtiva, ela deixou algumas coisas boas na minha vida, como a poesia, pois depois de algum tempo vi que algumas das minhas letras eram, na verdade, poesias, e comecei a escrevê-las também, era uma forma de se encontrar, de se expressar mais intimamente, e escrevo até hoje.
Além da poesia, ficou também, obviamente, o conhecimento musical, afinal eu tive aulas de teoria musical junto com as práticas de violão. Ficou também o violão, que é um refúgio para as horas tensas.
Enfim, esta é a história da banda, inglória, desonrada, mas divertida rsrs
No post: @lautenay, @agrt, @heliojunior_the e @gusta_ycaroo (o Márcio e o Jackston não tem twitter)
lembro de tudo...
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