Fiz esta merda no ano passado, 2009
Acordei às 4 da manhã, estava completamente sozinho em casa e não havia nada pra comer, nem mesmo bolacha cream cracker, fiz um suco de pacote e saí de casa. A avenida Miguel Rosa estava completamente deserta, e eu comecei a andar...
Acordei às 4 da manhã, estava completamente sozinho em casa e não havia nada pra comer, nem mesmo bolacha cream cracker, fiz um suco de pacote e saí de casa. A avenida Miguel Rosa estava completamente deserta, e eu comecei a andar...
Só para que vocês se localizem: eu moro de frente para a Miguel Rosa, perto da Ponte do Mafuá, no Centro.
E caminhei por mais ou menos meia-hora. Ainda passaram uns dois moto-táxis, mas eu preferi ir à pé, fato que quando falei à minha mãe a deixou super preocupada. Mães... rsrs
Quando finalmente cheguei ao 2º BEC, na avenida Frei Serafim, ainda tive que rodear o quarteirão, a fila era na outra rua, e, incrivelmente, cheguei pontualmente. Até que a fila não estava grande, fui um dos primeiros a chegar, mas ainda tive que esperar uns 20 minutos até os guardas permitirem a entrada dos que iam se alistar.
Finalmente entramos, ficamos alistados, e um dos comandantes nos disse o que fazer, fizemos até um juramento, se não me engano (não esperem que eu lembre de tudo, eram 5 da manhã e eu estava morrendo de fome). Depois fomos, por dentro do quartel, até o local onde iríamos ser avaliados, que por sinal era meio distante do local onde estávamos. Dorgas...
Chegando lá, sentamo-nos nas cadeiras, tudo muito perfilado, tudo nos dizendo que nós éramos uns merdas e que servir ao exército era algo muito nobre e coisa e tal. O oficial começou a falar umas coisas muito ríspidas, dizendo que quem é contra o sistema acaba se ferrando e tal e tal, e começou a tocar uma música insistentemente na minha cabeça: "Mamãe Eu Não Queria", do Raul Seixas, eu lembrava-me também de um poema meu, sobre os soldados. Estava com raiva de ser obrigado a fazer aquilo, e além do mais, ainda estava morrendo de fome...
Após acabar com a ladainha, o oficial nos deu uns crachás numerados e pediu que aguardássemos sermos chamados para a primeira das salas, que era a de cadastramento. Logo após aquela, fui para a sala onde eram feitos os testes médicos, e lá perguntaram quem já havia feito cirurgia: eu \o. Depois perguntaram quem já havia quebrado alguma parte do corpo: eu \o. Após essas perguntas um dos médicos foi passando de boca em boca e verificando a dentição: eu já usei aparelho e até hoje estou com uma contenção na arcada inferior: WIN!
O médico anotou umas coisas lá, perguntou se eu queria servir e eu disse que não: WIN². Fui dispensado, ainda tive que esperar alguns outros que também haviam sido dispensados e fomos para outra sala onde estava lá outro oficial, mais brando, que começou a conversar com a gente, explicando as coisas, respondendo dúvidas e algumas gaiatices de alguns aloprados que se atreviam a perguntar umas coisas estranhas, como um maluco lá todo de roupa preta.
Depois disso tudo, fomos de fato dispensados e liberados, fomos embora e cada um pegou seu rumo. Eu voltei pela Miguel Rosa novamente, já eram mais de 8 da manhã, imaginem a minha fome... Quando já estava perto da minha casa passei na sorveteria e comprei uma bomba gordurosa e de procedência duvidosa, do jeito que eu gosto! Nhame! Fui pra casa e dormi, dormi que cansei...
Alguns dias após o alistamento ainda tive que ir a um prédio no centro para finalizar o processo e fazer o juramento frente à bandeira. Dorgas... Mas, enfim, havia terminado aquela putaria, que só não foi maior que a putaria e o lenga-lenga para tirar a carteira de motorista, mas este causo eu conto em outro post (quase um autor de novelas).
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